Na
maturidade, o mestre russo defendia a importância do Método da Ação
Física. Para se compreender o método, tem-se primeiro de entender a
ação física. Ela baseia-se numa premissa de toda a emoção flui
independente da vontade - a menos que o actor possa sobre ela exercer
total controle, assim como tem-se sobre o corpo. Dominando-se a ambos,
a vontade passa a controlar emoções como os movimentos somáticos.
Para tanto, são feitos exercícios em que a memória emocional é
evocada, algo que Stanislavski desenvolveu como ferramenta de ensaio
ou técnica de pesquisa. Ao final, há apenas o corpo, sob total
controle. A interação entre actor e diretor passam, portanto, pelo
desenvolvimento da melhor forma de desempenho, que se procura obter
durante os ensaios.
Stanislavski
começou a desenvolver suas técnicas no começo do século XX e, no
princípio, ele enfatizava os aspectos interiores para o treinamento do
actor. Por exemplo, os vários modos de contato com o artista são
inconscientes. Mas, por volta de 1917, ele começou a olhar cada vez
mais para a ação propositada, onde a ação é intencional e não
intuitiva, naquilo que denominou de ação psicofísica (uma ação tem seu
propósito e ela é quem conduz ao sentimento). Um de seus alunos notou a
mudança e anotou numa de suas conferências: Considerando que a
ação tinha sido ensinada previamente como a expressão de um "estado
emocional" previamente estabelecido, é agora a ação quem predomina e é
a chave para determinar o psicológico. Em lugar de ver as
emoções conduzindo a ação, Stanislavski passou a acreditar que era o
contrário que ocorria: a ação propositadamente representada para chegar
aos objetivos do personagem era o caminho mais direto para as emoções.