Objetivo: Confrontar o Natal comercial com o verdadeiro
sentido do Natal – a vinda de Jesus ao mundo, o próprio Deus, que trouxe luz
para a humanidade.
Personagens: mãe, filha (Sara), filho
(Mateus), filha (Raquel), Estrela, José e Maria, 3 ou 4 pastores de ovelhas e 3
estudiosos das estrelas.
Agora com o link para acessar os hinos usados, em mp3 [1].
Cenário: Igreja. Em um dos lados do altar, uma cabana, com
plantas ao redor. No outro lado, um muro, onde os/as figurantes poderão
sentar-se (classes cobertas com papel pardo), de modo a que sejam vistos/as
pelas pessoas que estão sentadas no fundo da igreja. Céu com estrelas.
Duração: 40 min. O início do Culto pode seguir a liturgia
de entrada, como de costume.
A comunidade recebe na entrada da igreja uma vela
encaixada numa estrela de papel.
CENA I: Crianças entram com a mãe pelo corredor da igreja
trazendo num saco de lixo os poucos pertences que possuem (cobertor, boneca
velha, saco com bolachas ...). Estão mal vestidas. É noite. No céu brilham
estrelas (podem ser móbiles ou uma lona preta com estrelas confeccionadas de
papel dourado ou prateado). Igreja na semi-escuridão. Ouve-se uma música suave.
Mateus: Que sorte achar aquela velha garagem hoje a
tarde, quando caiu a tempestade. Dessa vez mamãe, não me molhei nadinha!.
Sara: Olhando para o céu, nem parece que choveu. Veja
Mateus, quantas estrelas!
Mateus: É mesmo, Sara.
Mãe: Venham crianças. Vamos passar essa noite aqui
mesmo. Parece que daqui ninguém nos mandará embora.
Ouve-se uma música suave. A mãe senta-se “no muro”;
Mateus, Raquel e Sara recostam a cabeça no ombro ou no colo da mãe.
A Estrela entra em cena. Fica no púlpito,
observando o que os quatro conversam.
Raquel: Mamãe, você viu como estava a cidade hoje? As
pessoas entravam e saíam das lojas. E como compravam! Quantos pacotes de
presentes!
Mãe: É verdade, minha filha.
Mateus: Eu vi na loja grande daquele homem gordo e de
barba, um carrossel que girava e tocava uma música. E tinha crianças em cima
dos cavalinhos. Mãe, escuta, o carrossel era deste tamanho (gesto exagerado).
Aí, como da outra vez em que parei na vitrine para dar uma espiadinha, o homem
veio e gritou bem forte: Sai daí, moleque. Se você não tem dinheiro, não venha
xeretar. Aqui só entra gente de bem. E fique sabendo: Não quero gente pobre e
fedendo a falta de banho na minha loja, porque neste Natal, eu quero é ganhar
muito dinheiro.
Mãe: É filho, toda essa correria na cidade é por causa
do Natal.
Sara: Mamãe, eu sei o que é o Natal.
Mãe: Sabe, minha filha? Onde você ouviu sobre o Natal?
Sara: Hoje mesmo, mamãe. Raquel e eu estávamos passando
em frente a uma casa grande e bonita e vimos dois meninos brincando no jardim.
Eles tinham brinquedos legais e então paramos para olhar um pouco como eles
brincavam. Ficamos bem quietinhas. Nos escondemos atrás de um carro que estava
estacionado por ali. Foi então que ouvimos eles conversando sobre o Natal.
Raquel: Isso mesmo. A história que eles contaram foi
assim: (música de fundo) “Tinha um homem chamado José. Ele era natural de uma
capital, muito longe daqui. Já não me lembro mais o nome. Ele era muito rico.
Um dia, José se casou com Maria, porque ela era linda, parecia uma princesa. E
Maria estava grávida. Todo mundo já sabia que a criança que ela esperava seria
muito importante, porque seria filha de gente rica. Tinha também um Imperador
na história. Imperador é um rei, mamãe. O nome dele era César Augusto. Então
ele mandou que cada pessoa fosse para a cidade onde havia nascido, porque ele
queria ver quanta gente havia no seu reino.
Sara: Por isso José contratou um monte de homens e
carruagens e Maria encheu muitas malas com todos os seus vestidos e com o
enxoval para o bebê, porque podia acontecer da criança nascer nesse tempo em
que eles estivessem viajando. Quando eles chegaram em Belém, onde era a terra de
José, a banda de música da cidade já estava esperando por eles.
Raquel: Certo. E José e Maria se hospedaram num hotel 5
estrelas, de muito luxo. E não é que a criança nasceu mesmo naqueles dias? José
chamou os especialistas da cidade para cuidar do bebê. Era um menino. Ele foi
chamado de Jesus.
Sara: E Maria ficou muito feliz, porque toda a imprensa
de Belém veio fotografar Jesus e pessoas importantes da sociedade mandaram
presentes caros. Mamãe, essa é a história do Natal. Todo esse movimento na
cidade é para comemorar o nascimento desse Jesus, um menino rico e importante
que deu presentinhos para as crianças pobres, quando assumiu as empresas de seu
pai e também ficou muito rico.” (Texto adaptado de “Somos Confirmados – Livro
do Confirmando”, p.86)
Mateus: Ah, agora eu entendo. É por isso que nós não
somos bem-vindos em lugar nenhum. Porque a gente não é importante como esse tal
de menino Jesus. Natal, então, deve ser festa de gente rica e importante! E
Jesus deve ter a cara do Papai Noel porque, afinal de contas, tem Papai Noel
espalhado por toda a cidade!
Mãe: Sara, Raquel, Mateus. Quando eu era criança,
assim como vocês, ouvi uma história muito diferente sobre o Natal de Jesus. Mas
a vida tem sido muito dura para todos nós e acabei perdendo a esperança e
desacreditando naquilo que ouvi. Acabo tendo que concordar com vocês. Natal
parece ser mesmo comprar e dar presentes, fazer uma grande festa em casa com
tudo de bom que o dinheiro é capaz de comprar, sem se importar com mais
ninguém. (cansada ...) Agora, chega de conversa. Vamos dormir, porque a noite
já vai longe.
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Comunidade canta n° 29 do HPD – “Jubiloso,
venturoso”.
CENA II: Coro canta “Na noite calma de Belém” –
Para Cantar no Natal, n° 19. Enquanto a mãe, Mateus, Raquel e Sara dormem,
entra a Estrela (pessoa vestida toda com roupas pretas; na cabeça, uma grande
estrela com cauda). Os quatro se acordam com o brilho da estrela e se levantam.
Dão-se as mãos.
Estrela: Boa noite. Me permitam interromper o sono de
vocês. Lá do céu, ouvi o que vocês conversavam. Desci até aqui, porque fui
testemunha do nascimento de Jesus e precisava contar-lhes como tudo realmente
aconteceu. Então, vocês saberão quem é Jesus, porque ele nasceu, e o que
festejamos no Natal. Sentem-se, meus amigos.
Todos se sentam. Coro canta a primeira
estrofe e o estribilho de “Uma noite no Oriente, uma estrela apareceu”.
Estrela: Maria, uma moça de família simples, recebeu a visita
de um anjo de Deus. O anjo lhe disse que ela esperava um filho, cujo nome seria
Jesus. (José e Maria vem chegando pelo corredor da igreja. Maria, com gravidez
adiantada. Caminham devagar para a casinha montada ao lado do altar.) E
aconteceu que naqueles dias José, seu marido, e Maria tiveram que viajar de
Nazaré até Belém, porque o rei, César Augusto, queria saber quantas pessoas
tinha em seu país. José e Maria eram pessoas humildes, sem posses. Quando
chegaram a Belém, bateram de porta em porta e não encontraram um lugar onde
pudessem passar a noite. (Maria e José batem nos bancos da igreja, como se
estivessem batendo em portas.) Acabaram tendo que dormir numa estrebaria, um
lugar sem luxo algum, onde os animais passam a noite. E foi numa estrebaria que
Jesus nasceu (Já na casinha, Maria “aparece” com o bebê nos braços e o embala).
Berço ele não teve. Maria o enrolou num pano e José deitou-o num coxo de
animais (encenar o que foi dito).
Sara: Então foi assim que aconteceu? E a imprensa que
veio fotografar o menino?
Estrela: Não, Sara. (Enquanto a Estrela fala, os pastores
de ovelhas entram pelo corredor da igreja e vão em direção à casinha,
posicionando-se lá.) Quem primeiro tomou conhecimento do nascimento de Jesus
foram homens simples, pastores de ovelhas. Eles cuidavam de seu rebanho quando
ouviram um coro de anjos que cantava assim ...
Coro canta a segunda parte da 1a estrofe de
“Surgem anjos proclamando” (Glória ...), n° 20 HPD.
Estrela: Um anjo lhes disse que havia nascido Jesus, o
Salvador. Explicou-lhes onde podiam encontrá-lo. Os pastores de ovelhas então
foram rápido a procura de Jesus.
Mateus: E Jesus ganhou mesmo presentes?
Estrela: Sim, mas não como vocês imaginam. Isso aconteceu
assim. (Entram os estudiosos das estrelas e juntam-se ao presépio.) Havia
naquela época pessoas que estudavam as estrelas. Elas viram uma estrela muito
especial no céu, que brilhava intensamente. E por isso seguiram a estrela.
Chegando a Belém, encontraram, Jesus. E na alegria de encontrar-se com o menino
que todo o povo judeu esperava, deram presentes a ele. (Os estudiosos entregam
os presentes que trouxeram.)
Coro canta 3a estrofe de “Quero ir com os
pastores”, n° 31 HPD.
Raquel: Estrela, e onde você estava enquanto isso?
Estrela: Deus, que é senhor de toda a criação, me colocou
no céu, como a estrela mais brilhante, para anunciar a chegada de Jesus. Por
isso eu fiquei no céu, sobre a estrebaria.
Sara: E o que você deveria fazer lá?
Estrela: Com minha luz, eu não quis chamar a atenção para
mim mesma, mas apontar para Jesus. Ele sim veio trazer luz ao mundo. Eu fui
apenas um instrumento de Deus para anunciar a vinda de Jesus ao mundo.
Mãe: Ah, estou me lembrando de algo que está escrito
na Bíblia, que ouvi quando eu era criança. Foi assim: “O povo que andava em
trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte
resplandeceu-lhes a luz”.
Estrela: Isso mesmo. Vejam essa vela. Ela é pequena e
frágil. Mas quando tudo está escuro, ela é muito importante. (As luzes da
igreja são desligadas). Vou acendê-la. Prestem atenção. Pronto. Agora sim. Se
andarmos por aí no escuro, vamos nos bater em muitos objetos e poderemos nos
machucar. Ficaremos confusos, pois não há nada para nos orientar. Se andarmos
com a vela na mão, poderemos caminhar sem medo, pois estaremos enxergando o que
está à nossa frente (Enquanto a Estrela fala, ela caminha com a vela e ilumina
o rosto da mãe, do Mateus, da Raquel e da Sara). Por isso dizemos que Jesus é a
luz do mundo. (As luzes da igreja são novamente acesas.)
Mateus: Espere aí! Acho que entendi. Assim como esta vela
ilumina o caminho, Jesus também quer iluminar nossa vida.
Estrela: Exatamente, Mateus. Mesmo que a vida esteja
difícil e pareça não haver mais motivos para continuar caminhando, Jesus quer
nos dar esperança. Através de pessoas que vivem ao nosso redor, ele quer
iluminar nossa vida quando passamos por momentos onde já não podemos mais
sozinhos encontrar uma saída.
Raquel: Legal! Quer dizer que Jesus não veio só para
pessoas importantes da sociedade. Ele veio também para nós!
Estrela: É isso aí. Jesus quer uma vida boa para todas as
pessoas. Não quer que ninguém sofra, não quer que as pessoas passem qualquer
tipo de necessidade. Para ele, todas as pessoas são importantes porque foram
criadas à imagem de Deus. Por isso, Jesus nos faz um convite. Ele nos convida a
lutarmos pela dignidade de pessoas que sofrem algum tipo de exclusão da vida
boa que Deus deseja para todos. Jesus nos convida a sermos luz na vida de
outras pessoas. Podemos ser pequenas estrelas que não querem ser o centro das
atenções, mas que brilham para iluminar a vida de outras pessoas.
Sara: Ah, que bom! Assim, uma pessoa ajuda a outra e a
vida fica bem melhor, não é isso?
Estrela: Isso mesmo. Cada pessoa é responsável pelo
bem-estar da outra, em todos os sentidos. Cada pessoa também é responsável pela
criação de Deus como um todo, pela natureza, pelos animais, pelos rios ...
Mateus: Estrela, só não entendi ainda uma coisa. Por quê
as pessoas se dão presentes? E o Papai Noel?
Estrela: As pessoas dão presentes porque querem mostrar a
alegria pelo grande presente que Deus nos deu: Jesus. Os presentes lembram o
aniversário de Jesus. Mas não são os presentes e nem o Papai Noel o mais
importante no Natal. O centro do Natal é o próprio Jesus. Ele sim, veio para
dar um novo sentido à nossa vida. Venham até aqui. Vamos acender mais velas.
Assim, vocês verão como tudo fica bonito e como é mais fácil caminhar quando
uma pessoa é luz para a outra.
Todos acendem sua vela na da Estrela.
Estrela: (vem à frente e dirige-se para a comunidade)
Cada um e cada uma de vocês pode deixar que sua vida seja iluminada por Jesus.
Assim a vida terá sentido. Mas vocês também podem ser estrelas na vida de
outras pessoas. Estrelas que brilham e tornam o caminho da vida mais leve.
Estrelas que não buscam engrandecer a si próprias com o seu brilho, mas que
apontam para Cristo. Estrelas que não brilham sozinhas, mas que estão ligadas à
comunidade daqueles que se deixam guiar por Jesus.
Sara: Isso é o Natal: Festa da comunidade cristã pelo
nascimento de Jesus, a luz do mundo!
Todos: (de mãos dadas) Neste Natal, vamos deixar que
Deus ilumine nossa vida. Vamos recebê-lo em nossa casa, em nossos corações.
Vamos iluminar a vida de outras pessoas porque ele iluminou a nossa vida
primeiro.
Enquanto Mateus, Sara, Raquel, a Estrela e a mãe
vão acendendo as velas da comunidade, todos cantam o n° 31 do HPD – “Quero ir
com os pastores”. Depois que toda a comunidade tem sua vela acesa,pode-se
encerrar o Culto de Natal com uma oração, seguida do Pai Nosso. As luzes da
igreja são novamente desligadas, as pessoas dão-se as mãos e canta-se “Noite
Feliz”.
Autoria: Cand. P. Scheila dos Santos Dreher, out.
1999
Quero ir com os pastores. (31 – HPD)
1. Quero ir com os pastores e render a Deus
louvores
pelo seu imenso amor, por nos dar o Salvador.
2. Como os anjos jubilaram, quando a nova
anunciaram,
quero eu também cantar, paz na terra propagar.
3.Como os magos que vieram que presentes ricos deram,
como o mais precioso dom, dar-lhe-ei meu coração.
4.Meditar vou com Maria sobre a nova da alegria:
4.Meditar vou com Maria sobre a nova da alegria:
que o menino que nasceu é o próprio Deus do céu.
5. Jesus Cristo, minha vida seja só a Ti rendida.
Vem, ó vem em mim morar, minha vida iluminar.